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De acordo com Pinho Leal, em "Portugal Antigo e Moderno" de 1886, Vila Verde já tinha uma importante feira em 1706 que se realizava no dia 13 de cada mês, para além da Feira de Gado que, em alternância com Pico de Regalados, se realizava de 15 em 15 dias.
Hoje, estas duas feiras incorporam-se numa só, que se realiza de 15 em 15 dias alternando em Vila Verde e Pico de Regalados, tendo unicamente em Pico de Regalados a componente de Feira de Gado.
A Feira de Vila Verde continua a ter um grande impacto na vida económica e social do concelho. Reúne as características típicas destes acontecimentos em que o movimento, a cor e o som dos pregões se misturam com uma grande diversidade de produtos. Vestuário e calçado, produtos para o lar, alfaias agrícolas e produtos alimentares, como carne, peixe, pão e doçaria, são alguns exemplos.
Embora a presença do plástico e da produção em série se reflita também muito nas feiras, nelas, ainda é possível encontrar alguns produtos de carácter artesanal, bem como produtos de agricultura tradicional. De destacar, enquanto prato emblemático de Vila Verde, é a venda de galos para o saboroso arroz de frango "pica no chão".
Socialmente, a feira continua a ter uma enorme importância pelo facto de proporcionar encontros com vizinhos e amigos que não se vêem no dia a dia. As conversas andam à volta dos assuntos mais variados: o tempo, as colheitas, o nascimento e a morte, os casamentos, as festas e a política nacional e local.
No dia 13 de Dezembro, na Capela de Santo António, que se localiza no centro de Vila Verde, festeja-se o dia de Santa Luzia. Este dia inicia-se com a celebração da Eucaristia à qual se sucedem diversas manifestações de devoção por esta Santa que, no dizer do povo, é a advogada dos olhos.
Os fiéis beijam a imagem da Santa e oferecem donativos que podem ser objetos pessoais, como óculos e fotografias ou imagens em cera geralmente representando o rosto humano. É também um hábito passar um lenço branco pelo rosto da Santa, que, de seguida cada um passa pelos seus próprios olhos.
Junto à Capela decorre uma pequena feira que se carateriza pela venda de produtos agrícolas, em especial os relacionados com a época natalícia: doces tradicionais, figos e outros frutos secos. Importante é também a venda e troca de mel de que decorre actualmente o nome da feira: Feira do Mel ou de Santa Luzia.
Esta festividade, que é sentida em toda a vila, é conhecida desde 1706 e, de acordo com as Memórias Paroquiais, chegou a ser considerada uma das mais importantes do concelho com duração de dois dias.
No dia vinte de Janeiro, realiza-se na Vila de Prado a Feira dos Vinte, também conhecida por Feira dos Burros e Feira das Trocas.
Coincide com as festas em honra de S. Sebastião e é motivo de atração de muitos milhares de visitantes. A presença de animais, especialmente cavalos, e os acessórios com eles relacionados, constituem um dos elementos que mais a caraterizam.
De destaque é também a Noite das Provas que consiste na prova de vinhos da última colheita. É uma tradição muito antiga que as populações pretendem preservar.
Os produtos agrícolas e domésticos, o vestuário, os doces e as tascas de comes e bebes, estão também sempre presentes.
Julga-se que esta feira deriva da que D. Dinis estabeleceu, em Prado, em 1307. Por ser a primeira do ano, servia de orientação para os preços que se iriam praticar na compra e venda de gado ao longo do ano.
Em complemento com a Feira de Prado que se realiza todas as Terças-Feiras, constitui um acontecimento, ainda hoje, muito importante para a economia do concelho de Vila Verde.
O município de Vila Verde, em colaboração com associações culturais recreativas e desportivas, grupos de folclore, instituições e escolas, realiza todos os anos, no segundo fim-de-semana do mês de Outubro, a Festa das Colheitas "Feira Mostra de Produtos Regionais".
Este evento consiste na organização de um variado conjunto de atividades: um espaço/venda de produtos regionais, colóquios e palestras e exposições sobre diferentes temáticas, mostra de artesanato, concursos sobre produtos locais e divulgação de usos e costumes tradicionais.
O seu principal objetivo é a promoção do concelho, da sua cultura, e dos seus produtos artesanais e agrícolas. O crescente interesse dos agricultores, artesãos, comerciantes e operadores turísticos, tem vindo a projectar este evento na região e junto das comunidades estrangeiras geminadas com Vila Verde.
Naturalmente, os Lenços de Namorados, rendas e bordados constituem um tipo de produtos cuja presença adquire particular destaque, para além da cestaria, brinquedos em madeira, cerâmica e tecelagem. Os visitantes podem assistir ao trabalho dos artesãos, contatá-los e perceber as especificidades técnicas que envolvem a preparação dos diferentes produtos.
Os produtos da agricultura tradicional e biológica e a gastronomia, têm vindo a ganhar cada vez mais um lugar de destaque. Em particular, realizam-se um conjunto de iniciativas para a promoção de determinados produtos, como é o caso da marmelada, do mel, da broa de milho, dos doces típicos, do chouriço e do frango caseiro, através da realização de concursos cada vez mais participados. O gado e a vinha, enquanto produtos de grande importância no concelho, têm também um tratamento especial, tendo em vista a melhoria da qualidade.
O arroz de frango "Pica no chão" constitui a ementa de destaque da feira pois é um dos pratos promovidos nesta iniciativa, acompanhado de sopas tradicionais, para cuja promoção se realiza a festa do "caurdo". Estes "caurdos" são baseados nas receitas tradicionais, muitas delas já desaparecidas da nossa cozinha.
A divulgação de usos e costumes relacionados com a atividade agrícola, constitui também um dos grandes objectivos da feira. Nesse sentido, organiza-se a representação de lendas, desfolhada e malhada de milho, fiada e espadelada de linho.
Os jogos tradicionais, os cantares ao desafio, a música popular portuguesa, a tocata tradicional, os grupos folclóricos, o encontro de concertinas são presenças habituais que os vilaverdenses e visitantes não dispensam.
Nos primeiros dias de Novembro, realizam-se na Vila de Pico de Regalados, as Feiras Novas, também conhecidas por Feira dos Santos. Esta Feira Franca tem tradições seculares que remontam ao tempo de D. Dinis.
Nela podemos encontrar os mais variados produtos agrícolas, artigos domésticos e vestuário. No entanto, a grande atracção é a feira do gado, com venda e troca de cavalos, burros e gado bovino.
As tascas improvisadas de comes e bebes com diversos petiscos tradicionais, nomeadamente, rojões à moda do Minho, papas de sarrabulho, bacalhau frito, iscas de fígado com cebolada, frango e polvo na brasa, caldo verde, acompanhados com o bom vinho verde branco ou tinto da região, são algumas das iguarias com que se deliciam as pessoas da terra e visitantes.
A animação cultural e desportiva também está presente com variadas atividades, nomeadamente, os grupos folclóricos e os cantares ao desafio. As corridas de cavalo, em passo travado e a galope, vão conquistando cada ano mais adeptos.
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