Vila Verde inspira progresso no legado humanista do Papa Francisco
Updated on 26/04/2025



Celebração da Revolução de Abril decorreu em Coucieiro, com mobilização das Freguesias do Vale do Homem
O legado do Papa Francisco – com especiais referências à defesa dos valores da dignidade humana, da paz, da igualdade, da justiça social, da democracia e da liberdade – marcou a comemoração dos 51 anos da Revolução do 25 de Abril no Município de Vila Verde. A cerimónia decorreu em Coucieiro, numa organização conjunta com a Associação de Freguesias do Vale do Homem.
Depois do içar das bandeiras a meia haste na Praça do Município – cumprindo o período de luto nacional em vigor –, o presidente da Assembleia Municipal, Carlos Arantes, fez questão de abrir a sessão solene com um minuto de silêncio e um voto de pesar pela morte do líder da Igreja Católica, vincando “a mensagem, o contributo e o exemplo incansável na promoção do humanismo e na criação de pontes entre todos, independentemente das origens e condição social”.
A presidente da Câmara, Júlia Rodrigues Fernandes, apontou o legado do Papa Francisco como referência para “construir democracia e liberdade”.
“Neste dia em que celebramos a liberdade conquistada, é oportuno refletirmos sobre a liberdade interior e coletiva que Francisco nos convida a cultivar: uma liberdade que se constrói no respeito, na fraternidade e no serviço ao outro”, desafiou a autarca.
Alertando para esta “época de tantas incertezas”, a presidente da Câmara apontou o Papa como “um farol”. Destacou o compromisso “com os mais pobres, os migrantes, o meio ambiente e a paz”, inspirando “líderes e cidadãos de todas as culturas e religiões”.
“Com palavras simples, mas profundamente inspiradoras e transformadoras, Francisco desafiou o mundo a ‘cuidar da casa comum’. Lembrou-nos sempre que ‘o verdadeiro poder é o serviço’. Chamou-nos à solidariedade e à responsabilidade, recordando que ‘a injustiça é a raiz dos males sociais’”, apontou Júlia Rodrigues Fernandes.
Abril e progresso humanista
À “mensagem universal, profundamente humana e inabalavelmente comprometida com a dignidade de cada pessoa” partilhada do Papa, a única mulher presidente de Câmara do Minho associou “os valores de Abril”.
“A democracia, a liberdade e a fraternidade, com maior ou menor custo, terão sempre de vencer”, defendeu, contextualizando a determinação para “Vila Verde prosseguir no trilho da modernidade, do crescimento económico e da afirmação das suas potencialidades endógenas”.
Júlia Rodrigues Fernandes dirigiu-se a todos os presentes, identificando bandeiras a defender “em nome do progresso e da prosperidade das nossas freguesias e do direito de todas as pessoas a uma vida digna e feliz”.
A coesão social e territorial, a educação e a saúde, o ambiente, os investimentos em infraestruturas e equipamentos, a ação social e o apoio àqueles que mais necessitam, a atratividade e a competitividade local… são ‘bandeiras’ que terão de continuar a ser erguidas “bem alto, por todos”.
“Que o espírito de Abril e as palavras do Papa Francisco nos inspirem a continuar a construir uma sociedade mais justa e inclusiva, mais humana e mais fraterna. Que nunca nos falte a coragem de sonhar e a determinação de agir”, concluiu a presidente da Câmara, depois de agradecer a participação empenhada de todas as entidades e voluntários envolvidos na organização da cerimónia.
Envolvimento e participação
Os presidentes da Junta de Coucieiro, Luís Ferreira, e da Associação de Freguesias do Vale do Homem, Bruno Eiras, assumiram as boas-vindas, numa cerimónia que contou com a participação do Rancho Folclórico de Valdreu, do Agrupamento de Escuteiros de Coucieiro, de grupos desportivos, do Grupo Coral do Vale do Homem, Centro Social do Vale do Homem, utentes do lar da Misericórdia em Valbom e alunos das escolas básicas e jardins de infância do Vale do Homem.
Marcaram ainda presença militares e blindados do Regimento de Cavalaria RC-6.
No período de intervenções dos grupos políticos da Assembleia Municipal, discursaram Ricardo Cerqueira (BE), Paulo Gomes (CDS), Joaquim Oliveira (PS) e Manuel Barros (PSD), vincando a necessidade de uma contínua vivência e defesa dos valores de Abril, designadamente no que toca à liberdade e democracia, desenvolvimento e progresso social.
O presidente da Assembleia Municipal, Carlos Arantes, encerrou a sessão, que apontou como um “exemplo da importância e da oportunidade de participação de voluntários, grupos, associações e autarquias” para se cumprir “o espírito de Abril”.
Nesse contexto, Carlos Arantes deixou ainda um desafio às juntas de freguesia e Município para uma “aposta nas plataformas digitais de forma a promover a participação de jovens nos processos de decisão e intervenção nas suas comunidades”.
Município de Vila Verde, 2025/04/25