Vila Verde assinala legado do padre Agostinho Silva no centenário do seu nascimento
Atualizado em 20/05/2024Programa comemorativo decorre de 23 a 25 de maio, com lançamento de livro e inauguração de memorial em Rio Mau
Para valorizar o legado religioso, social e humanista deixado pelo padre Manuel Agostinho da Silva, o Município de Vila Verde, a Junta da União de Freguesias da Ribeira do Neiva e a comunidade paroquial de Rio Mau juntaram-se para assinalar o centenário do nascimento do sacerdote.
“Um homem bom”, “sempre disponível para ouvir” e preocupado sobretudo em “recolher e espalhar boas sementes” são algumas das caraterísticas apontadas ao padre que foi professor e pároco em comunidades da Ribeira do Neiva, assumindo durante 43 anos a paróquia de Rio Mau.
O programa comemorativo do centenário vai decorrer de 23 a 25 de maio, culminando com a inauguração de um memorial, no renovado arruamento entre a igreja e o largo cemitério de Rio Mau, e um convívio popular que decorrerão na tarde de sábado, depois da missa solene agendada para as 15h30.
Nascido a 23 de maio de 1924, o padre Agostinho Silva deixou diversos escritos que foram compilados num livro – ‘Respigos’ – que vai ser apresentado no dia do centenário do seu nascimento, quinta-feira, na Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela, em Vila Verde.
A obra, editada pela Câmara Municipal e coordenada por Armandina Silva – sobrinha do sacerdote –, partilha pensamentos e perspetivas das gentes e dos territórios que o padre Agostinho serviu. Juntamente com uma exposição fotográfica dedicada à vida e obra do antigo pároco de Rio Mau, o livro vai igualmente ser apresentado na noite de sexta-feira, no auditório da sede da Junta da União de Freguesias da Ribeira do Neiva.
Na apresentação do programa comemorativo, a presidente da Câmara Municipal, Júlia Rodrigues Fernandes, sublinhou a “importância de lembrar todos aqueles que fizeram tanto pelo concelho”. Agradeceu, por isso, a iniciativa da comissão organizadora deste “justa homenagem e reconhecimento público”.
O arcipreste e atual pároco de Rio Mau, padre Sandro Vasconcelos, confessou a felicidade pela homenagem e manifestação de gratidão ao padre Agostinho, “um homem que fez ali igreja, da qual fez parte quase 45 anos, construindo um espírito de família e comunhão que ainda perdura”.
Para a festa da comunidade, Candy Marques, em representação da Junta da União de Freguesias da Ribeira do Neiva, reiterou o convite à adesão da população das comunidades locais, aproveitando para vincar a oportunidade de regresso à terra de pessoas que nasceram e viveram a infância na Ribeira do Neiva.
Padre Agostinho Silva
O padre Manuel Agostinho da Silva, natural de S. Martinho de Sande, Guimarães, nasceu a 23 de maio de 1924. Foi ordenado sacerdote a 21 de dezembro de 1946, no Seminário de Braga. Em 8 de Março de 1947 foi nomeado pároco de Carreiras e Portela no arciprestado de Vila Verde.
Dez anos depois foi nomeado pároco de Torre e Portela, no arciprestado de Amares, embora alguns dias depois tenha sido nomeado para a freguesia de Rio Mau, no arciprestado de Vila Verde, uma vez que o lugar ficou vacante. Acumulou por duas vezes a paróquia de Goães, como administrador, e a de Azões, como pároco, de 1991 a 1994.
Durante muitos anos lecionou na Telescola de Duas Igrejas, destacando-se pela sua afabilidade e gosto pela Matemática que facilmente incutia nos alunos.
Curioso, inteligente e observador, pesquisava com minúcia manuscritos antigos e ouvia atentamente as histórias das coisas e das gentes que ia registando em apontamentos dispersos, por vezes publicados em jornais da região sobre o pseudónimo de MAGOS.
Em dezembro de 1999 foi substituído, por motivos de saúde, e faleceu a 21 de maio de 2001.