Vice-presidente do Instituto de Segurança Social denuncia racismo na sociedade portuguesa
Updated on 04/02/2022A vice-presidente do Instituto de Segurança Social, Catarina Marcelino, assumiu ontem que “há racismo estrutural em Portugal”, que provoca discriminação de pessoas afro-descendentes, assim como de imigrantes, comunidades ciganas e até dos portugueses vindos das antigas colónias – os rotulados de “retornados”.
A denúncia foi feita numa palestra sobre “O Racismo na Sociedade Portuguesa no Século XXI”, que decorreu na Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela e teve como moderador João Delgado, professor e designer multimédia que é natural de Angola.
Ex-secretária de Estado para a Cidadania e para a Igualdade (no governo de 2015-2017), Catarina Marcelino sugeriu que Portugal, a caminho de celebrar os 50 anos da Revolução de Abril, deve aproveitar para “falar abertamente dos efeitos do colonialismo português e promover a reconciliação”.
De acordo com a antiga governante socialista e atual dirigente da Segurança Social, as discriminações que sentem os retornados e também os filhos, assim como os afro-descendentes e as novas comunidades imigrantes – muitas vezes estigmatizadas em bairros – têm impacto das mais diversas formas, designadamente na vida social, na escola e no acesso ao emprego.
A presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, Júlia Fernandes, encerrou a sessão, inserida no contexto da exposição “Império do Medo”, patente na Biblioteca Municipal de Vila Verde até dia 3 de dezembro e que invoca a escravatura, rememorando o tráfico negreiro, a sua violência e circunstâncias, assim como a luta porfiada das vítimas e de quantos se lhe opunham.
Município de Vila Verde, 21.11.2021