SEMANA DA FLORESTA AUTÓCTONE – Palestra e ação de descasque de espécies exóticas invasoras na EB de Prado
Atualizado em 22/11/2017“As espécies invasoras são uma das maiores ameaças ao bem-estar ambiental e económico do planeta”
No âmbito da Semana da Floresta Autóctone promovida pelo Município de Vila Verde, o Vereador do Ambiente, Dr. Patrício Araújo, presidiu ontem, dia 21 de Novembro, na Escola Básica 2,3 de Prado, na Vila de Prado, à sessão de abertura da Palestra intitulada “Plantas Invasoras – Por que são um problema? Como as controlar?”. O vereador que esteve acompanhado pelo Diretor do Agrupamento de Escolas de Prado, Dr. António Peixoto, agradeceu à comunidade escolar por aderir à semana dedicada à Floresta Autóctone, referindo «pretendemos com esta iniciativa sensibilizar e alertar todos os alunos, professores e operacionais para a necessidade de conservação das florestas naturais» acrescentando que «devido à sua importância económica e ambiental, precisamos de nos unir para as proteger.» O autarca continuou frisando «Queremos dar a conhecer a todos os alunos do concelho de Vila Verde as plantas autóctones mais abundantes do concelho, e por essa razão estamos a realizar um conjunto de iniciativas no terreno, de forma a proporcionar à população escolar um contacto direto com o património natural de Vila Verde, por isso irá ser feita no terreno uma ação de descasque junto ao rio Cávado.»
A Professora Doutora Elizabete Marchante, da Universidade de Coimbra dinamizou a Palestra dedicada a espécies exóticas invasoras e fez uma contextualização ao tema das invasões biológicas, focando que «as espécies invasoras são uma das maiores ameaças ao bem-estar ambiental e económico do planeta. É uma “espécie suscetível de, por si própria, ocupar o território de uma forma excessiva, provocando uma modificação significativa nos ecossistemas.»
Aquela professora universitária focou que «as espécies invasoras representam um problema porque ameaçam a biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas (competem com espécies nativas, alteram os ciclos biogeoquímicos)» durante a sua intervenção acrescentou «As invasoras diminuem a disponibilidade de água, alteram os regimes de fogo, provocam doenças, alergias e são vetores de pragas, têm impactes nos serviços dos ecossistemas (regulação do clima, cheias, etc.) e impactes económicos como reduzem a produtividade de áreas agrícolas, florestais ou piscícolas; aumento os gastos no controlo de invasoras e recuperação de sistemas invadidos e reduzem a atratividade turística.»
Após esta sessão a Professora Doutora Elizabete Marchante, da Universidade de Coimbra, realizou-se junto ao Clube Náutico de Prado uma ação de controlo de plantas exóticas invasoras (mimosa), a qual contou, também, com a presença de uma equipa de Sapadores Florestais do Município de Vila Verde.
Esta ação de controlo teve um caris educacional juntos dos alunos da Escola Básica de Prado, e segundo aquela docente universitária «pretendemos dar a conhecer aos jovens quais as melhores técnicas para controlar esta espécie em concreto, por forma a minimizar o impacto desta sobre o ecossistema ribeirinho.»
Segundo a Professora Doutora Elizabete Marchante «o controlo desta espécie é feito através do arranque das mimosas de pequeno porte e do descasque das restantes, devendo estas permanecer no local até que estejam completamente secas (o que poderá durar meses ou anos), somente nessa condição é que se deverá proceder ao corte dessas árvores.»
Tendo em conta que esta intervenção ocorreu na margem direita do rio Cávado, foi sugerido pela docente que «importa promover o ensombramento do local, tanto para prevenir a germinação de mimosas, como para potenciar o ensombramento do leito do rio. Pelo que posteriormente, mediante a autorização da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e do proprietário do terreno, se pretende promover a plantação de espécies da flora ribeirinha autóctone (amieiro, salgueiro, freixo, etc.), mediante a sucessão ecológica típica das galerias ripícolas.»
Na sua aula prática no terreno a professora da universidade de Coimbra focou que «Importa referir que uma vez iniciado esta atividade de controlo de invasoras será necessário proceder à monitorização regular deste local, por forma a eliminar progressivamente as plantas invasoras que venham a germinar, plantar espécies ribeirinhas nativas junto aos cursos de água e, por fim, abater as mimosas que se encontrem secas.» e concluiu «Desta forma estaremos a reflorestar as áreas ribeirinha e a poder desfrutar dessas belas paisagens durante as caminhadas que vamos fazendo pelas Ecovias.»