ROTA DAS COLHEITAS – Da sementeira ao tear, conheça a história do ciclo do linho no próximo sábado em Marrancos!
Atualizado em 05/09/2018A espadelada do linho é uma tradição antiga e muito acarinhada em Marrancos, concelho de Vila Verde. Assume-se como uma das mais emblemáticas recriações de práticas ancestrais que integram a vasta programação da Rota das Colheitas, organizada pelo Município de Vila Verde. Este ano, a iniciativa está agendada para o próximo sábado, dia 8 de setembro, com o início marcado para as 15h30. Durante algumas horas, será recordada a verdadeira espadelada do linho, tal e qual como se fazia em tempos passados. Um conhecimento que se começava a extinguir nas últimas décadas do século XX e que foi recuperado durante os anos oitenta pelo especialista e apaixonado pela matéria, Abílio Ferreira, transmitindo-o às gerações mais novas. Hoje, os homens e as mulheres conhecem o ciclo do linho como as palmas das próprias mãos e já transmitem os saberes do mundo rural aos mais jovens, que também participam ativamente na espadelada. O evento acontece na parte exterior do Museu do Linho, um espaço cultural que tem recebido milhares de visitantes de todo mundo durante os últimos anos e que celebra, no mesmo dia da espadelada do linho, o 5º aniversário.
A ‘rota’ do linho da semente ao tear
O palco estará montado e a representação da tradição será feita dos pés à cabeça. Vestidas a rigor, cerca de trinta mulheres serão as grandes atrizes do ciclo do linho e vão entrar em cena com as mãos nas alfaias tradicionais. Os espectadores terão a oportunidade de ver os vários processos artesanais de transformação da planta e, pela primeira vez, podem também usar os trajes à moda antiga. Além disso, podem ‘meter as mãos na massa’ e trabalhar o linho com as alfaias tradicionais, uma experiência única que vai fazer os participantes recuarem no tempo.
A iniciativa cultural inclui também a presença dos famosos mascarados sem juízo, que proporcionarão momentos de brincadeira com as pessoas, e das habituais visitas guiadas ao Museu do Linho, do Traje e Eco-Natural, dirigidas pelo octogenário apaixonado pelo mundo do linho e especialista na matéria, Abílio Ferreira. Pelas 16h30m, serão ecoados diversos cantares típicos da altura das colheitas – ‘Cantares do Linho’ e ‘Cantares de Ontem’. Logo a seguir, pelas 17h30, toda a gente é convidada para uma merenda composta de produtos regionais, generosamente oferecida pela organização. Terminada a recriação, chega a vez da atuação do Grupo Folclórico de Marrancos com concertinas, danças e cantares da terra.
“Faz parte da nossa cultura”
Manuel Fernandes, atual Presidente da Junta, vê esta iniciativa com bons olhos e afirma que merece todo o apoio: “É uma mais valia para a nossa freguesia, através dela conseguirmos levar o nome de Marrancos mais longe”. Diz também que é uma prática pouco vulgar no país e que, por isso, deixa a população local muito orgulhosa. Divulgar a terra, criar convívio, atrair pessoas de outros lugares e, claro, valorizar a tradição são os grandes objetivos que autarca faz questão de mencionar, de modo a enaltecer o evento. “Faz parte da nossa cultura, não podemos de forma alguma deixar acabar”, remata. A recriação da Espadelada do Linho é levada a cabo pela A.R.C. Marrancos em conjunto com a Junta da União de Freguesias de Marrancos e Arcozelo, com a colaboração do Município de Vila Verde.