Orquestra do Cávado vai reforçar inclusão e competências de crianças e jovens
Atualizado em 20/03/2024Projeto conduzido pela Academia de Música de Vila Verde junta escolas e municípios de Amares, Terras de Bouro e Vila Verde
A Orquestra do Cávado é um projeto que une os concelhos de Amares, Terras de Bouro e Vila Verde, com o objetivo de reforçar para a valorização de conhecimentos e competências das crianças e jovens desta região.
Com apoio do Ministério da Educação e o envolvimento de todos agrupamentos e escolas secundárias dos três concelhos, este é um plano de formação artística conduzido pela Academia de Música de Vila Verde, que prevê formar uma orquestra juvenil e coros, abraçando cerca de 300 alunos de diferentes idades.
A Orquestra do Cávado surge com inspiração em projetos internacionais que estão a ser desenvolvidos, envolvendo jovens com problemas de exclusão ou abandono escolar. Conforme explicação do maestro Idílio Nunes, este projeto vai mais longe, envolvendo a formação musical ao nível do ensino normal e também as escolas de música existentes no território.
Atualmente estão abertas inscrições para a integração de alunos no projeto, devendo a formação arrancar ainda neste ano letivo, no início do terceiro período.
Com o apoio da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), foram criadas 65 horas letivas no plano curricular para os professores que estarão inseridos no projeto, assegurando três horários completos. As aulas de formação decorrerão nas escolas, com ensaios individuais, reunindo depois os formandos em ensaios gerais para a prepação de espetáculos.
Promover a inclusão, nomeadamente dos alunos de meios mais desfavorecidos, e combater o abandono e o insucesso escolar fazem parte dos objetivos deste projeto, através do qual se pretende provocar maior cidadania e um maior envolvimento dos pais e das comunidades locais com a escola.
Mais-valia para a região
A apresentação da Orquestra do Cávado juntou em Vila Verde o diretor geral da DGEstE, João Miguel Gonçalves, e os presidentes de Câmara de Terras de Bouro, Manuel Tibo, e Vila Verde, Júlia Rodrigues Fernandes, a vice-presidente da Câmara de Amares, Cidália Abreu, assim como diretores de agrupamentos e escolas secundárias.
O projeto foi especialmente elogiado pelo responsável da DGEstE, enaltecendo a importância e o impacto do ensino artístico, uma área para a qual pretende sensibilizar o novo governo de forma a reforçar o financiamento, superando os atuais cerca de 70 milhões de euros investidos anualmente.
Como frisou Júlia Rodrigues Fernandes, este é um projeto intermunicipal, extremamente ambicioso e que vai fazer a diferença na vida das pessoas. Em seu entender, trata-se de uma mais-valia para a qualificação e alargamento de competências dos jovens desta região. Mostra-se ainda confiante que venha a ser um reforço importante para a dinamização cultural.
A presidente da Câmara destacou o papel que vem sendo desempenhado pela Academia de Música de Vila Verde, por onde já passaram cerca de 10 mil crianças, no âmbito do ensino articulado da música. “Os resultados estão à vista, com a afirmação de jovens de grande talento e a realização de grandes espetáculos, como volta acontecer nas comemorações do 25 de abril”.
O presidente da câmara de Terras de Bouro salientou o trabalho desenvolvido nestes territórios de baixa densidade, dando oportunidades de acesso a ferramentas especiais de formação aos jovens. Manuel Tibo destacou o papel desempenhado pela Banda Carvalheira e adiantou que estão também a ser criadas condições para que a Academia de Música possa intervir na formação de novos talentos em Terras de Bouro.
A autarca amarense Cidália Abreu defendeu a aposta num projeto que considera “uma mais-valia para os nossos alunos, que não podem ficar órfãos de possibilidades que outros alunos têm por viverem nas cidades”. Salienta também as vantagens que esta iniciativa representa para as instituições musicais a funcionar no concelho.