Novo troço da ecovia Cávado-Homem reforça valorização do património natural
Atualizado em 17/03/2023Lançamento da primeira pedra do troço que liga as zonas fluviais do Mirante (Soutelo) e do Faial (Vila de Prado)
De olhos postos na sustentabilidade e na valorização do vasto património natural do concelho de Vila Verde, está em curso a construção de mais um troço da ecovia Cávado-Homem. Na cerimónia de lançamento da primeira pedra da ligação entre a zona fluvial do Mirante, em Soutelo, e a praia fluvial do Faial, na Vila de Prado, ressaltou a aposta num investimento estratégico nos programas de financiamento europeu.
São mais 2,5 kms de ecovia a acrescentar às ligações com a zona de Porto de Carrero e a ponte sobre o rio Homem na passagem para o concelho de Amares, no âmbito de um processo integrado na Comunidade Intermunicipal do Cávado que irá permitir ligar o litoral em Esposende até à serra no Gerês.
“Trata-se de uma obra estruturante na estratégia de valorização das imensas potencialidades naturais do nosso território”, assumiu a presidente da Câmara de Vila Verde, Júlia Rodrigues Fernandes, numa cerimónia junto ao rio Cávado e que contou com a participação do presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional do Norte, António Cunha.
A valorização ambiental e a promoção do contacto da população com os rios e as suas margens são objetivos traçados para os investimentos na ecovia, a par da concretização de “um novo recurso turístico capaz de atrair visitantes e turistas a nível nacional e internacional”.
Perante presidentes de Junta e diversas entidades da região, Júlia Fernandes assumiu que “as margens dos cursos naturais de água que percorrem o concelho de Vila Verde apresentam um manancial de oportunidades que não podemos desperdiçar, não apenas para fruição de todos os Vilaverdenses, mas também tendo em vista o desenvolvimento do turismo local e de toda esta bela região onde nos encontramos inseridos”.
A autarca sublinhou o impacto do investimento do município para “alavancar a sustentabilidade ambiental e económica do território, salientando a importância de “tudo o que conseguirmos fazer para reduzir os impactos nefastos, para a saúde e para o ambiente, dos meios de transporte motorizados que utilizam combustíveis fósseis, promovendo outro tipo de mobilidade bem mais sustentável.
Exemplo de conciliação da modernidade com a ruralidade
O presidente CCDR-N reconheceu a importância da ecovia para o concelho e as freguesias de Vila Verde, assim como para toda a região do Cávado, adiantando a convicção de que “o novo programa de apoios 2030 vai continuar a financiar este tipo de investimentos, pela sua importância estratégica”.
“Vivemos num tempo de paradoxos, em que o desenvolvimento da tecnologia nos leva para o domínio do virtual. Mas simultaneamente vivemos um tempo de extrema preocupação pelas alterações climáticas, que nos obriga a dar prioridade à preservação do território e a desenvolver melhor o nosso modelo de vida, de forma a promover a sustentabilidade”, afirmou António Cunha.
Nesse âmbito, o líder da CCDR-N identificou Vila Verde como “um exemplo de conciliação da modernidade com a ruralidade”, sublinhando a referência ao Lenço de Namorados.
“Vila Verde é um exemplo de referência como concelho que consegue conciliar perfeitamente a sua dimensão urbana e rural. Com a sua própria dimensão urbana, consegue simultaneamente assumir-se como pêndulo entre a malha urbana do lado de Braga e o espaço rural que se estende do seu território para os concelhos vizinhos”, afirmou.
Numa cerimónia animada com a leitura do “É urgente o Amor” de Eugénio de Andrade por alunos do 7º ano da Escola Básica de Prado e em que o padre Luís Maria da Providência procedeu à bênção da primeira pedra, António Cunha enalteceu a beleza do espaço e da sua envolvência.
“Este cenário absolutamente fantástico, junto ao rio e marcado envolvência natural, abrilhantado pelo sol, por si só justifica o investimento na construção desta ecovia”, partilhou o líder da CCDR-N.
Este troço de 2,5 kms liga o Faial ao Mirante, representando um investimento de quase um milhão de euros, com financiamento do programa operacional regional Norte 2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). A obra deverá estar concluída até final de junho.