NA ROTA DAS COLHEITAS – Oriz S. Miguel acolheu a desfolhada, malhada e festival da broa de milho numa homenagem à tradição do Minho
Updated on 23/10/2016A freguesia de Oriz S. Miguel protagonizou uma sentida homenagem à genuína tradição do Minho. A iniciativa, que decorreu na tarde do passado sábado (22 outubro), na Quinta do Gama, levou vilaverdenses e visitantes numa viagem à descoberta dos mil e um encantos do mundo rural. A excelência da gastronomia regional e a recriação de práticas agrícolas ancestrais, a animação da música popular e a alegria dos convivas. Atrativos que levaram ao Norte do concelho várias dezenas de pessoas, que não enjeitaram a oportunidade de entrar pela porta da frente da história vilaverdense.
O céu pintado em tons de cinzento ameaçava alguns chuviscos, mas S. Pedro resolveu dar tréguas, o tempo manteve-se seco e a festa decorreu ao ar livre. Pouco passava das 15h00, quando as canas de milho chegaram à eira num ‘carro’ de madeira puxado pela força de uma junta de bois. Depois, começou o árduo trabalho de braços para retirar as espigas douradas das canas verdejantes. Homens e mulheres, miúdos e graúdos, vilaverdenses e visitantes, todos reunidos para a recriação de uma prática agrícola tradicional da nossa região. O executivo social-democrata que lidera os destinos do Município de Vila Verde não se fez rogado, com os vereadores e o presidente a arregaçarem as mangas e a juntarem-se aos populares neste hino à cultura minhota.
A excelência da gastronomia regional
A malhada do milho foi a atividade que se seguiu. As espigas acabadas de colher foram dispostas no chão da eira e os homens brandiram os malhos a compasso, em estocadas violentas que iam separando os grãos das espigas. A jornada terminou à boa moda do Minho, com uma farta merenda para fortalecer o corpo e o espírito, que, como é habitual, foi generosamente partilhada com todos os presentes, de forma totalmente gratuita. As pataniscas, a sardinha assada, a carne na grelha, os tacos de bacalhau e o caldo verde juntaram-se à rainha da festa, a broa de milho caseira, fabricada de forma artesanal e cozida no local para ser servida ainda a fumegar.
Tudo confecionado como manda a tradição
Aqui não entram aparelhos modernos e a broa é fabricada como manda a tradição, garantem as cozinheiras de serviço, responsáveis por transmitir este saber às novas gerações. Começa tudo com a preparação do fermento, que deve levedar durante algumas horas. De seguida, peneira-se a farinha, antes de colocar água quente e sal. Com o forno a lenha já bem quente, é altura de moldar a massa e colocá-la a cozer. Pelo meio, não faltou a animação da música popular, que espalhou pelo recinto a alegria contagiante das concertinas e dos cantares do Minho.