Município de Vila Verde apresentou Boletim Cultural nº 13 com o tema “Parada de Gatim e a História da Louça Preta”
Atualizado em 27/10/2018«Acho que este Boletim vai ser uma chama para recuperar esta tradição. É um desafio que eu coloco a nós mesmos, às autarquias, aos parceiros locais… trazer de volta esta arte, até como forma de aumentar a empregabilidade».
O Salão Nobre do Município de Vila Verde recebeu, no dia 26 de outubro, a apresentação de mais um Boletim Cultural de Vila Verde.
“Parada de Gatim e a História da Louça Preta” foi o tema escolhido para a 13ª edição desta publicação anual.
A coordenação deste Boletim foi, uma vez mais, responsabilidade do Doutor Aurélio Oliveira, que explicou a escolha do tema referindo que «optamos por incluir neste boletim, apenas o estudo do Doutor Sousa Araújo, porque é muito importante falar nesta arte que praticamente desapareceu. É um magnifico trabalho que espelha muito bem esta antiga tradição».
O Historiador sublinhou ainda que «esta reconstituição, este estudo da olaria, é muito importante no aspeto étnico-cultural. Existe todo um património que importa conhecer e dar a conhecer».
É muito importante salvaguardar esta arte
O autor desta edição, Doutor João Sousa, começou por agradecer as palavras do Doutor Aurélio Oliveira e o facto de apenas o seu estudo estar contemplado nesta publicação.
Nas palavras do Reverendo «este trabalho deu-me uma alegria enorme, especialmente por poder estudar a investigação da história da loiça preta feita, levada a cabo pela Drª Isabel Maria Fernandes, um estudo a fundo e muito demorado».
«É muito importante salvaguardar esta arte. Há todo um mistério profissional para fazer a loiça desta forma e é isso que a torna tão única. As mãos de um oleiro são como as mãos de um pianista», referiu
Depois de algumas explicações acerca do tema, o autor colmatou sublinhando que «a ciência não se impõe. Todos podem contribuir neste estudo com as suas ideias, aumentando-o, reduzindo-o, ou até corrigindo alguns aspetos.»
Esta arte é a prova de que o povo sempre soube aproveitar os recursos fornecidos pela natureza
O Presidente da Câmara de Vila Verde, Dr. António Vilela, agradeceu ao Doutor João Sousa pela «memória que nos deixa dos nossos antepassados».
«Esta arte é a prova de que o povo sempre soube aproveitar os recursos fornecidos pela natureza, neste caso, o barro. Isto diz muito do espírito laborioso e criativo dos nossos antepassados», afirmou o autarca
António Vilela terminou, deixando o repto «Acho que este Boletim vai ser uma chama para recuperar esta tradição. É um desafio que eu coloco a nós mesmos, às autarquias, aos parceiros locais… trazer de volta esta arte, até como forma de aumentar a empregabilidade».
Para a Vereadora da Cultura, Educação e Ação Social, Drª Júlia Fernandes, «esta tradição, levada a cabo pelas mãos do povo, é de importância cultural riquíssima. É fundamental que a mantenhamos».
No final da cerimónia, António Vilela, chamou da audiência o senhor João Cunha, ainda oleiro nos dias de hoje, para que pudesse explicar como é feito o processo de elaboração da Loiça Preta, em Parada de Gatim.
A apresentação deste Boletim foi animada pela Maria João Borges, aluna da Academia de Música de Vila Verde, apoiada pela professora Filipa Andrade.
Além de vários convidados, estiveram presentes nesta sessão, os Presidentes de Junta de Oleiros, Carla Leitão, de Parada de Gatim, Pedro Rodrigues e de Escariz S. Mamede, Adelino Machado, em representação das suas freguesias no desenvolvimento desta arte.
Outros Presidentes de Junta e Uniões de Freguesias também se juntaram à apresentação, assim como alguns historiadores e investigadores, e o imenso conhecedor Professor Mota Alves.
É sabido que a olaria constituiu um papel preponderante na história das civilizações em Vila Verde, especialmente na Vila de Prado, Parada de Gatim, Cervães, Escariz e Oleiros, tornando-se um negócio para várias famílias do concelho, constituindo, assim, o seu sustento, acabando por dinamizar a economia local.
Um dos objetivos deste Boletim Cultural é, precisamente, valorizar a criatividade e o empenho de quem se dedicou (e dedica) a este ofício e o converteu numa referência regional, nacional e até internacional.
Município de Vila Verde, 27.10.2018