“História e Cultura Cigana” desvendou curiosidades e dúvidas acerca da origem e identidade cigana em Vila Verde
Atualizado em 08/11/2018No âmbito do Plano Municipal para a Igualdade de Género do Município de Vila Verde, decorreu, ontem à tarde, no Salão Nobre dos Paços do concelho, o worskshop “História e Cultura Cigana”, em parceria com o Projeto CigaGiro, promovido pela Cruz Vermelha Portuguesa e pela CPCJ- Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Vila Verde.
Um grupo de jovens ciganos, orientados pelo Formador de Cultura Cigana, Bruno Gomes, apresentaram alguns testemunhos acerca da sua cultura e identidade.
Num momento inicial, foi explicada a origem da história cigana, a sua entrada em território português na idade média e, ainda, o desenvolvimento da língua com o passar dos séculos.
De seguida, um grupo de jovens de etnia cigana, apresentou uma série de temas que despertam a curiosidade na população em geral.
O casamento foi o assunto que mais despertou atenção da plateia presente, tendo sido colocadas várias perguntas, esclarecendo dúvidas, e assim desvendados alguns mitos.
Segundo a jovem cigana Carina Ximenes, «o casamento cigano agora é só um dia, porque não há condições financeiras para ser mais dias, como antigamente».
A morte de familiares e o consequente luto, o vestuário, a alimentação, o emprego, os hábitos do dia a dia, foram outros dos temas abordados neste workshop.
Bruno Gomes explicou que «na altura do luto, além de termos de andar vestidos de preto integral, é proibido beber álcool, comer carne, participar em festas...».
Ao longo da sessão, a audiência mostrou-se bastante entusiasmada com as explicações e teceu largos elogios aos jovens e à forma como conseguiram explicar de forma clara e sucinta todas as questões que foram surgindo.
Em 2017, no âmbito do projeto (Re)Escrever o Nosso Bairro, com o apoio da Câmara Municipal de Braga, nasceu o Grupo de Jovens Ativos Ciganos de Braga, que tem vindo a desenvolver momentos de reflexão e promoção de respostas para as suas necessidades e problemas. Deste Grupo de Jovens Ativos Ciganos fazem parte estes cinco jovens ciganos vilaverdenses.
Em 2018, no âmbito do projeto FAPE (Fundo de Apoio à Estratégia Nacional para a integração das Comunidades Ciganas): “Das Origens ao Porvir”, financiado pelo ACM I.P., este mesmo grupo inicia uma ação de formação para alargar os seus conhecimentos e as suas competências de organização e transmissão de informação, relativamente à sua história e cultura.
Município de Vila Verde, 8.11.2018