Cávado e Ave apostam na valorização cultural e turística dos caminhos de S. Bento da porta aberta
Atualizado em 02/06/2016As Comunidades Intermunicipais do Cávado e do Ave apresentaram recentemente e em conjunto uma candidatura destinada à Valorização Cultural e Turística dos Caminhos de S. Bento da Porta Aberta. Esta candidatura, submetida ao Programa Regional Norte 2020, integra um conjunto de entidades parceiras tradicionalmente ligadas a este caminho de peregrinação, como é o caso do Arciprestado de Braga, da Irmandade de S. Bento da Porta Aberta, da Região de Turismo Porto e Norte e da Guarda Nacional Republicana- Comando Territorial de Braga.
Tendo em conta que estes caminhos são percorridos por milhares de peregrinos ao longo do ano, estas instituições uniram-se para promover um conjunto de atividades de valor acrescentado à segurança e promoção turística dos mesmos. Neste âmbito, a candidatura submetida, que ronda os cerca de 350 000€ de valor elegível, propõe promover um conjunto de atividades direcionadas à valorização dos caminhos de S. Bento, nomeadamente a realização de um estudo do valor cultural e histórico deste Caminho, a qualificação dos caminhos ao nível de identificação e sinalização e do conforto e segurança para os peregrinos, o desenvolvimento de campanhas de sensibilização para a segurança rodoviária junto dos peregrinos e dos automobilistas e a promoção de uma campanha de divulgação turística destes caminhos.
Segundo Luis Macedo, Secretário Executivo da CIM Cávado, “nas últimas décadas, tem-se verificado um aumento do número de peregrinos e visitantes que acorrem ao Santuário pelos caminhos tradicionais de peregrinação e que, crescentemente, juntam aos fatores estritamente religiosos, motivações de ordem cultural e o simples gosto pelo pedestrianismo. Por todos estes fatos, as duas CIMs juntaram-se para apostar na qualificação, valorização e segurança destes caminhos, que atravessam os dois territórios NUT III Cávado e Ave”, referiu este representante da CIM Cávado.
Recorde-se que o Santuário de S. Bento da Porta Aberta foi elevado a Basílica em Março de 2015, e é um santuário “com uma forte importância religiosa e turística, recebendo, por ano, mais de 600 mil turistas e peregrinos, oriundos «dos quatro cantos do mundo», segundo Carlos Aguiar Campos, dirigente. Este valor coloca este Santuário como o segundo mais importante em território nacional, a seguir ao Santuário de Fátima. Está situado na Região Norte, situado na freguesia de Rio Caldo, em Terras de Bouro, no limite do Parque Nacional Peneda-Gerês.
São inúmeros os relatos que descrevem a importância que, em diferentes momentos da história, os Caminhos de S. Bento conheceram por parte da população e da forte tradição que se tornou o percorrer a pé estes caminhos – facto que torna o Caminho também num importante património imaterial que merece ser conhecido e valorizado.
Estes factos mostram-nos como o Santuário teve e tem uma forte importância enquanto local de culto, peregrinação e de atração de visitantes. São muito os que o procuram ao longo de todo o ano, com especial destaque para os meses de Primavera e Verão, à volta de datas simbólicas: 21 de março – nesta data celebra-se a morte de S. Bento, em Monte Cassino, Itália; 11 de julho – é o dia da Festa de S. Bento como Padroeiro da Europa; finalmente, entre 11 e 14 de Agosto, altura onde por tradição se celebra a grande romaria a S. Bento da Porta Aberta.
Esta candidatura surge como oportunidade para refletir no terreno o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos por estas instituições parceiras, e que na sua génese vem de encontro aos objetivos estratégicos da Região Norte. Enquanto destino de peregrinação e visitação da região, este projeto pretende valorizar a região a vários níveis, seja religioso, turístico ou mesmo económico.
De salientar que nos últimos anos a CIM Cávado e Ave têm trabalhado em parceria com as instituições envolvidas nesta parceria, nomeadamente com a GNR a nível de campanhas de sensibilização de segurança aos peregrinos, e com o Arciprestado de Braga e a Irmandade de S. bento a nível de identificação dos vários caminhos, através do Estudo “Rede de caminhos”.
Este é um projeto identificado no “Mapeamento dos investimentos em infraestruturas culturais” como “Património Religioso”, critério obrigatório para a admissibilidade das candidaturas ao Aviso do Norte2020.