Casa do Conhecimento comemora Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e Desenvolvimento
Atualizado em 27/05/2017“A diversidade é uma âncora para o desenvolvimento e crescimento”
A Casa do Conhecimento de Vila Verde comemorou o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e Desenvolvimento, no dia 26 de maio, com o evento Diversidade Cultural: Inovação e Desenvolvimento.
Do programa do evento fizeram parte as comunicações de prestigiados oradores, tendo iniciado com a intervenção da Vereadora da Educação Cultura e Ação Social, Dra. Júlia Fernandes, seguida do Coordenador da Rede de Casas do Conhecimento, Professor Doutor Luís Amaral, dos Eurodeputados Dr. Nuno Melo e Eng.º José Manuel Fernandes e coube ao Presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, Dr. António Vilela, o encerramento deste colóquio de alerta para a importância da diversidade cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento.
Na vasta plateia estiveram presentes representantes da Casa do Conhecimento de Fafe, representantes do Instituto Português do Desporto e Juventude de Braga, Diretores dos Agrupamentos de Escolas/Escola de Vila Verde e elementos da Direção, Presidente e Diretor Técnico da Associação Cultural e Musical de Vila Verde, docentes e alunos da Escola Secundária de Vila Verde.
A animação da sessão contou com participação da Academia de Música de Vila Verde, à qual a Vereadora da Educação agradeceu referindo a “importância da música e do seu contributo para a diversidade cultural, sendo uma linguagem universal.”. Prosseguiu, mencionando que O Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e Desenvolvimento, é pela primeira vez comemorado em Vila Verde e “ a comemoração deste data pode ser vista como uma oportunidade para que o mundo celebre o rico património imaterial da humanidade. A ocasião também deve inspirar nações a reafirmar o nosso compromisso para a construção de um mundo mais pacífico, fundamentado nos valores da compreensão mútua. A diversidade cultural não pode ser decretada, ela é observada e praticada. Precisamos de dar um maior reconhecimento à cultura como contribuidora verdadeira do desenvolvimento sustentável, que respeita as pessoas e o meio ambiente e serve à causa do diálogo e paz. Desta forma, devemos continuar a promover a solidariedade moral e intelectual da humanidade.”
O Professor Doutor Luís Amaral explicitou a importância das Casas do Conhecimento e da sua Rede, especificando o papel da Universidade do Minho e das autarquias, no combate à exclusão digital. “Para cumprir a sua missão e objetivos a Rede Casas do Conhecimento desenvolve atividades diversas, individuais e/ou partilhadas em Rede, que promovam a criação e disseminação de conhecimento.”
O Eurodeputado, Dr. Nuno Melo iniciou a sua intervenção dizendo que ele e o Eng.º José Manuel Fernandes são “a expressão da conciliação diária da diversidade, pois a União Europeia é verdadeiramente um mosaico”, composto por 28 Estados Membros. Acrescentou que a UE é composta por vários espaços políticos e geográficos que no passado, estavam de “costas voltadas” e mesmo em guerra e hoje, devido à paz gerada após a Segunda Guerra Mundial, são formas de conciliação, possíveis de serem testemunhadas diariamente no Parlamento Europeu.
Evidenciou, sobretudo, a forma como é defendida a diversidade portuguesa, as iniciativas desenvolvidas para mostrar as suas características e a sua singularidade, dizendo que “Nós mostramos a nossa diversidade, orgulhamo-nos da nossa diversidade e respeitamos a diversidade dos outros.” Nuno Melo realçou a importância do uso da língua materna nas comunicações, pois entende que “ a primeira nota relevante da diversidade está na língua.”
Terminou, realçando alguns dos avanços conquistados por Portugal desde a sua adesão à UE, deixando um apelo aos jovens da plateia, “tentem navegar sempre nos espaços que sejam de moderação, invistam em vós e no conhecimento” de modo a tornarem-se cidadãos ativos e participativos, conscientes do espaço que ocupam na UE e da forma como esta os pode representar.
Por sua vez, o eurodeputado Engª José Manuel Fernandes evidenciou o papel da UE nas questões da economia, da paz, do multiculturalismo, da liberdade, da democracia e do respeito pela diversidade. Reforçou que a diversidade se encontra a vários níveis, seja europeu, nacional, regional ou local e que “será melhor defendido e valorizado no mundo global. A diversidade é uma força que também, pode ser utilizada para combater as desigualdades regionais e a UE ajuda a atingir esse objetivo.”
Sintetiza a sua comunicação em modo de conclusão, dizendo que “As Casas do Conhecimento reforçam a diversidade, aproximam-nos, para conhecer o outro e as suas realidades (…). Com Casas do Conhecimento como esta, nós teremos mais sustentabilidade e também, mais desenvolvimento. No mundo onde a paz é um objetivo, onde os desafios serão vencidos se atuarmos em conjunto, onde a solidariedade implica responsabilidade, onde os Direitos Humanos terão de ser sempre defendidos, onde a dignidade humana é inalienável, onde a juventude tem uma força brutal” é fundamental refletir e ter a diversidade como objetivo.
O Presidente da Câmara Municipal, Dr. António Vilela encerrou o evento agradecendo a presença de tão ilustres oradores e do seu contributo para a reflexão da Diversidade Cultural, temática de suma importância no panorama atual. Dirigiu-se aos jovens da plateia dizendo que “é em vocês que depositamos uma grande esperança para continuarmos com uma Europa inclusa, uma Europa que consiga respeitar a diversidade. A diversidade não é um defeito, mas uma riqueza que podemos e devemos aproveitar. Podemos ver na diversidade uma âncora para o desenvolvimento e crescimento.”
O autarca vilaverdense conclui a sua comunicação afirmando que “o desafio é o de aproveitar a diversidade em todas as suas escalas e a todos os níveis. Sendo no aproveitamento dessa diversidade que se devem encontrar pontos para o crescimento e para se criar igualdade social.”
De referir que, o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento, a 21 de maio, foi proclamado pela Assembleia Geral da ONU em 2002, em comemoração da aprovação em 2001 da Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural. A referida Declaração sublima a diversidade cultural à categoria de património comum da humanidade, representando uma oportunidade para se aprofundar a compreensão e respeito por todas as expressões culturais, como é referido no princípio “Identidade, Diversidade e Pluralismo”, no seu artigo 1º – “Diversidade cultural: um património comum da Humanidade “, mencionando que “A cultura assume diversas formas ao longo do tempo e do espaço. Esta diversidade está inscrita no carácter único e na pluralidade das identidades dos grupos e das sociedades que formam a Humanidade. Enquanto fonte de intercâmbios, inovação e criatividade, a diversidade cultural é tão necessária para a Humanidade como a biodiversidade o é para a natureza. Neste sentido, constitui o património comum da Humanidade e deve ser reconhecida e afirmada em benefício das gerações presentes e futuras.”
A Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural faz, ainda, menção no princípio “Diversidade Cultural e Direitos Humanos” seu artigo 6º – “No sentido do acesso de todos à diversidade cultural” que “Ao mesmo tempo que se garante o livre fluxo de ideias pela palavra e pela imagem, deverá ter-se o cuidado de assegurar que todas as culturas se possam exprimir e dar-se a conhecer. A liberdade de expressão, o pluralismo dos meios de comunicação social, o multilinguismo, a igualdade de acesso às artes e ao conhecimento científico e tecnológico, nomeadamente sob forma digital, e a possibilidade de acesso de todas as culturas aos meios de expressão e divulgação, são garantias da diversidade cultural.”. Assim, o acesso às tecnologias da informação, e consequentemente à infoinclusão torna-se um direito de todos os cidadãos, de todos os povos.