CASA DO CONHECIMENTO – Videoconferência juntou 49 leitores de Vila Verde, Universidade do Minho, Paredes de Coura, Boticas e Montalegre
Updated on 21/05/2020Aquilino Ribeiro e “ A Casa Grande de Romarigães” na Comunidade de Leitores da Casa do Conhecimento de Vila Verde
A Comunidade de Leitores Rede de Casas do Conhecimento voltou a reunir-se, ontem, 20 de maio, após um interregno de dois meses.
Estando já as diferentes comunidades locais de leitores habituadas a reunirem-se à distância por vídeo conferência, os tempos que correm impuseram um novo modelo de reunião que aumentou a distância entre todos os elementos da comunidade! Mesmo mais separados fisicamente, a união manteve-se por um fim comum, a Leitura, o prazer que suscita, os múltiplos horizontes que possibilita e a partilha democrática de ideias que permite!
Promovida pela Casa do Conhecimento de Paredes de Coura, esta sessão juntou uma comunidade de 49 leitores para conversar sobre “A Casa Grande de Romarigães”, de Aquilino Ribeiro. Foi dinamizada por Fátima Cabodeira, Técnica superior da Câmara Municipal de Paredes de Coura, responsável pelo Arquivo Municipal de Paredes de Coura e pela coordenação técnica do Arquivo Literário do escritor Mário Cláudio e que contou com a participação especial de Aquilino Machado, neto do autor e TERRITUR-CEG, UL.
Aquilino Ribeiro, nasceu a 13 de setembro de 1885, em Carregal de Tabosa, concelho de Sernancelhe e faleceu a 27 de maio de 1963, em Lisboa. Casado em segundas núpcias com Jerónima Dantas Machado, filha de Bernardino Machado, ex-Presidente da República Portuguesa, viveu na Casa Grande de Romarigães, propriedade herdada pela esposa, sendo este o motivo da sua grande afeição pelo território de Paredes de Coura.
Aquilino Ribeiro quando escreveu “A Casa Grande de Romarigães” foi confrontado por um amigo com a possibilidade de ter escrito um romance:
“- Mas afinal o que V. fez foi um romance…
– Um romance…? Deus me livre! A minha ambição foi bem outra. Isto é monografia, história local, história romanceada, se quiser, agora novela, abrenúncio! (…) Romance…!? Se me saiu um romance, aconteceu-me a mesma coisa que a um triste e tosco carpinteiro dos meus sítios, de quem toda a gente zombava, decerto por milagre desenfadado do Espírito Santo: estava a fazer um gamelo para o cão e saiu-lhe uma viola.”
Aquilino Ribeiro, em “A Casa Grande de Romarigães”
Aquilino Machado, neto de Aquilino Ribeiro no seu exímio contributo referiu um pouco da história de vida do seu avô e da construção do seu percurso literário. Debruçou-se, ainda, sobre a Casa Grande de Romarigães e da sua recuperação, nomeadamente da intervenção efetuada pelo seu avô, não deixando de fazer referencia ao seu bisavô Bernardino Machado, que também nela habitou.
As manifestações dos leitores foram todas no sentido de este ser um romance intemporal e um dos melhores romances portugueses do século XX. Todos anuíram sobre a extraordinária riqueza lexicológica, a recorrente utilização de regionalismos e da magistral descrição, presentes nesta obra.
Foi mais uma sessão de valor acrescentado, para esta vasta comunidade de leitores das Casas do Conhecimento de Vila Verde, Universidade do Minho, Paredes de Coura, Boticas e Montalegre.
Município de Vila Verde, 21.5.2020