“25 de Abril” – Sessão descentralizada pretende dar atenção às localidades concelhias e promover o desenvolvimento harmonioso do território
Updated on 25/04/2016Pela primeira vez, o Município de Vila Verde realizou uma sessão solene do “25 de Abril” fora dos Paços do concelho, e a Ribeira do Neiva acolheu com pompa e circunstância as celebrações do 42º Aniversários da Revolução dos Cravos.
A Assembleia Municipal e a Câmara Municipal de Vila Verde assinalaram as comemorações do 42º aniversário da Revolução dos Cravos “25 de Abril”. A cerimónia iniciou às 9h00, com o hastear das Bandeiras, na Praça do Município, em Vila Verde, ato que foi abrilhantado com a atuação da Fanfarra da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde e da Banda de Música de Vila Verde. A sessão solene do “25 de Abril”, decorreu, a partir das 10h15, no Salão da Casa do Povo da Ribeira do Neiva.
A abertura das comemorações contou com a intervenção do Presidente da Junta da União de Freguesias da Ribeira do Neiva, Carlos Machado, onde deu, com entusiasmo e alegria, as boas-vindas a todos os presentes. De seguida foi exibido um documentário intitulado “Testemunhos em Abril”, onde foi apresentado um retrato social da Ribeira do Neiva nos anos do Estado Novo (entre as décadas de 50 e 70). Este documentário contou com o testemunho de várias pessoas de diferentes áreas sociais e freguesias da Ribeira do Neiva.
Com um salão repleto de convidados, a sessão continuou com as intervenções das forças políticas concelhias, com assento parlamentar na Assembleia Municipal, e encerrou com os discursos do Presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, Dr. António Vilela, e do Presidente da Assembleia Municipal de Vila Verde, Dr. Carlos Arantes,
A cerimónia solene foi animada com a atuação dos Zés P`reiras de Duas Igrejas, da Orquestra e Grupo de Ballet da Casa do Povo da Ribeira do Neiva e do Agrupamento de Escuteiros de Duas Igrejas. Um grupo de crianças da catequese da Portela das Cabras distribuiu pelos convidados os cravos vermelhos, símbolo da Revolução de Abril.
As celebrações do “25 de Abril” foram organizadas pela Assembleia e Câmara Municipal de Vila Verde com o apoio da Junta da União de Freguesias da Ribeira do Neiva e da Casa do Povo da Ribeira do Neiva.
Discurso do Presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, Dr. António Vilela, na Cerimónia do “25 de Abril”:
«Há 42 anos, Portugal viu-se livre de um regime que não só trucidou todos os direitos e liberdades dos cidadãos como travou o desenvolvimento do país e especialmente das regiões mais periféricas.
A Revolução de Abril de 1974 devolveu aos portugueses a dignidade de viverem num país democrático que lhes permitiu passarem a decidir livremente o seu próprio destino.
O 25 de Abril de 1974 permitiu ainda que Portugal se voltasse para o mundo desenvolvido e retomasse o caminho do progresso e do trabalho de construção de um país mais aberto, mais justo e solidário.
No ano seguinte à Revolução, o saudoso Francisco Sá Carneiro disse que “o 25 de Abril foi, para todos nós, o fim da ditadura. Os heroicos militares que prepararam e executaram a revolta realizaram um ato de libertação de si mesmos, mas consigo mesmos quiseram libertar Portugal inteiro.”
A Revolução de Abril faz parte do nosso património imaterial mas é também um importante testemunho e exemplo de reconquista de valores fundamentais, como a liberdade e a soberania popular, que Portugal legou à humanidade.
Em síntese, o 25 de Abril foi o virar de uma página muito cinzenta da história de Portugal mas representou também o nascimento de uma nova esperança na construção de um futuro melhor.
Minhas Senhoras e meus Senhores
O legado do 25 Abril é enorme, mas a plena concretização dos seus grandes objetivos é um trabalho que não cessa.
Democratizar e sobretudo desenvolver são tarefas complexas, muito exigentes, que nunca estarão totalmente acabadas.
No entanto, desde Abril até hoje, muito foi já feito para melhorar as condições de vida dos portugueses.
À pergunta “o que é que ficou da Revolução do 25 de Abril?”, a poetisa Natália Correia respondeu que ficou uma grande disponibilidade para as pessoas se organizarem.
O exercício do poder democrático, a nível local, foi uma das maiores conquistas da Revolução que hoje, uma vez mais, com o maior orgulho, celebramos.
Ora, os órgãos autárquicos são uma prova viva da capacidade que os portugueses passaram a ter para se organizar e para, no seio das suas comunidades, lutar pela criação de melhores condições de vida.
Este poder democrático e o exercício de cidadania que está mais próximo dos cidadãos é o que mais efetivamente desempenha a sua missão junto das comunidades locais.
A consciência que a câmara municipal e as juntas de freguesia têm da realidade social dos mais carenciados, dos mais desprotegidos, leva a que se realize um trabalho persistente e regular no apoio a quem realmente precisa.
É neste contexto de verdadeira solidariedade social que, no nosso concelho, estão a ser implementadas medidas concretas de estímulo à coesão social.
A criação de tarifário social de água e saneamento para agregados familiares mais desfavorecidos e mais numerosos e isenção no pagamento da ligação dos respetivo ramais, assim como isenção de taxas de construção, são exemplos de apoios que ajudam a aliviar os orçamentos familiares.
O poder local é, assim, um poder mobilizado para responder às solicitações constantes das populações, próximo das pessoas, das instituições, das associações e das próprias empresas, pois estas produzem riqueza e geram emprego fundamental para fixar as pessoas, particularmente os mais jovens, nas nossas freguesias.
Sempre considerámos que as freguesias têm um papel preponderante na dinâmica social concelhia e que era e é fundamental criar equipamentos propiciadores de melhores condições de vida.
A criação de polos de desenvolvimento económico, social e cultural, verdadeiras âncoras de fixação da população local e de atração de novos residentes, nas zonas rurais, é um desígnio incontornável.
Por isso, caminhámos para a construção de modernas vias de comunicação, centros escolares, extensões de saúde, equipamentos de desporto e lazer, espaços do cidadão e lojas do munícipe e obras de regeneração urbana nos espaços centrais das freguesias.
A realização desta sessão descentralizada de comemoração do 25 de Abril pretende também simbolizar esta atenção que estamos a dar às zonas geograficamente mais periféricas e menos povoadas, porque reconhecemos as suas potencialidades naturais e humanas e sabemos quão importante é promover o desenvolvimento harmonioso do território concelhio.
Estamos focados em prosseguir este caminho e entendemos que as medidas de discriminação positiva são essenciais para revitalizar o mundo rural.
Os ribeirenses têm hoje estabelecimentos de ensino modernos e funcionais; uma extensão de saúde à altura das exigências do nosso tempo; um espaço cidadão e loja do munícipe que colocam os serviços centrais e municipais mais próximos dos cidadãos; um pavilhão gimnodesportivo; uma piscina ao ar livre; um campo de futebol com relvado sintético; um albergue de peregrinos…
A Etar do Neiva vai entrar ainda este ano em funcionamento e servirá as freguesias de Godinhaços, Pedregais, Duas Igrejas, Azões, Rio Mau, Goães, Portela das Cabras, Marrancos e Arcozelo.
Estamos a falar de um equipamento dotado de tecnologia de ponta no tratamento de águas residuais e que será mais um fator de bem-estar e de qualidade de vida para vários milhares de vilaverdenses.
O avultado investimento que está a ser feito na rede de abastecimento de água e principalmente no saneamento, que ascende a 30 milhões de euros, representa uma aposta séria e consequente no acesso do maior número possível de lares vilaverdenses a estes serviços básicos e é também uma medida com um impacto muito positivo na preservação e valorização ambiental.
Este equipamentos e serviços são bons exemplos das amarras que estão a ser criadas para tornar este território ainda mais atrativo.
Minhas Senhoras e meus Senhores,
As políticas que estamos a seguir com as freguesias traduzem uma efetiva aposta nos parceiros locais, como as instituições públicas e privadas e as associações, importantes forças transformadoras da face do território concelhio.
As instituições locais, como a Casa do povo da Ribeira do Neiva, são grandes atores do desenvolvimento local.
As autarquias, como é consabido, não têm hoje os mesmos recursos que no passado, mas, pela nossa parte, vamos continuar, com rigor e com transparência, a investir na concretização de projetos estruturantes para a modernização das nossas freguesias e para as tornar cada vez mais apelativas.
Nunca nos demitiremos da nossa responsabilidade de fazer sempre mais e melhor pelas nossas terras, pelas nossas instituições e pelas nossas pessoas, para que todos tenham fundada esperança num futuro mais risonho.
Encaramos com espírito de missão os mandatos que os Vilaverdenses nos têm confiado e vamos continuar a olhar as nossas belas freguesias rurais como mais-valias, promovendo e valorizando as potencialidades de cada uma delas.
Temos que continuar a trabalhar, dia a dia , para que as comunidades vivam melhor e para que a democracia se consolide.
Assim se cumpre Abril.
Assim se cumpre Portugal.
Viva o 25 de Abril!
Viva o Poder Local!
Viva Vila Verde!
Muito Obrigado.»